Treinamento

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Os portões se abrem e entramos no Centro de Treinamento. Percebo que alguns tributos já estão por aqui, todos prontos para escutar as instruções da organizadora do treinamento. Escuto atentamente o que ela nos instrui, como se cada palavra fosse me ajudar a aproveitar tudo o que há aqui. A instrutora nos libera para o treinamento, finalmente. Olho uma última vez para Toni e saio, para ver o que eu posso fazer por aqui, até que um setor com vários machados me chama a atenção.

— Hum... Vamos então relembrar os velhos tempos.

Pego um dos machados que mais me chama a atenção e começo a simular uma luta. Cara, que saudade que eu tava disso! Depois de muito treino, cansaço e suor, já me sinto bem mais habituada à arma. Tento o mesmo treino com outros machados, mas é algo bem rápido, porque tenho que aprender outras coisas.

Volto a procurar algo interessante para tentar. Passo por um setor que parece ser divertido. Uma máquina na parede que atira bolinhas. Eles não têm mais o que inventar! Aperto alguns botões, regulando a quantidade e velocidade e o treino começa. No começo levo várias boladas (principalmente na cara), mas com o tempo eu vou me acostumando. Isso vai ser bom para aprender a desviar de possíveis facas e outras armas toscas que forem jogar em mim.


No segundo dia, decido ir treinar um pouco com a espada, mais precisamente com os gládios. São espadas menores e mais leves, perfeitas para cortar alguns pescoços. Vou até o setor com as armas e começo a simular uma luta com um instrutor. Ele me dá algumas dicas de como melhorar meus golpes e a minha velocidade neles. Saio satisfeita do treino, porque já me sinto bem mais segura com as armas que eu treinava na academia.

O treinador de espadas me instruiu a treinar um pouco nas esteiras elétricas ali perto. Não perco tempo e treino corrida e caminhada, durante algum tempo. Quando eu percebo, o segundo dia de treinamento já acabou.


No último dia, decido pegar mais leve. Treino na esteira para aquecer e depois vou procurar um treinamento que não me canse tanto. Paro em frente ao setor de treinamento medicinal. Lembro-me que eu sempre saia com algum ferimento da Academia, mas no meu distrito eu tinha como me cuidar apropriadamente, na arena possivelmente, não.

Aprendo a usar as medicações de forma apropriada, como aplicar uma injeção, como fazer um curativo decente. Achei que seria simples, mas fiquei ali o dia inteiro aprendendo tudo.

Fim do treinamento. Já me sinto pronta para a avaliação!

Entro na sala de treinamento e já vejo alguns tributos empenhados em diversas tarefas. O pensamento que me vem à cabeça é de que eu preciso de alguma habilidade maior em atacar com armas, já que construir esses instrumentos eu já sabia. Agora faltava matar pessoas efetivamente, porque ao contrário do que pensam, eu sempre brinquei muito quando criança. Não sabia como matar!

Vejo ao longe o stand de lanças. Muitos tamanhos, algumas de madeira, algumas de metal, e elas me interessam.
Olho para o instrutor com uma expressão de dúvida e ele me diz: "mas que garota interessante! Uma beleza natural em sua face, mas com um olhar intenso e profundo. Pequena no tamanho, deve ser ágil."
Quanta falação! Um mosquito começa a rondar meus ouvidos zunindo irritantemente e simplesmente fecho minha mão, sem ao menos olhar para o inseto e mato-o.
"Oh, eu disse que era ágil! E também é precisa e intuitiva. Sua expressão me diz que gostou das lanças e acredito que deva ser a arma certa para você!"
Nossa, mas é tão fácil ver que me interessei? Ignoro a enrolarão do instrutor que só diz babaquices mas realmente começo a treinar.
Inicialmente seguro algumas lanças diferentes para ver como me adapto com elas. Atiro-as em alvos a longa distância parados e me dou bem. Logo o alvo entra em movimento, erros algumas vezes e começo a acertar novamente. Decido que eu devo correr ao mesmo tempo e pego uma maior distância do alvo, com os dois referenciais em movimento, e depois de alguns minutos já começo a ficar boa.
Parto então para alvos de curta distância. Aprendo a usar a lança de outras formas, quase como uma espada.
Então o instrutor decide aumentar o nível de dificuldade. Preciso acertar o meu alvo e desviar de algumas bolas de borracha ao mesmo tempo.
Mesmo sempre achando que eu era rápida, eu falho nisso!
Tomo 5 minutos para respirar e decido que era hora de aumentar mais ainda minha agilidade.

Na área de treinamento de agilidade vejo muitas máquinas que atiravam objetos.
Decido que primeiro vou começar a correr. Dou 3 voltas completas na sala sem me cansar até que uma das máquinas é acionada. Algumas bolas me acertam causando uma ardência no local, mas então me desvio delas até que uma hora não sou mais acertada.
Os meus movimentos são até delicados, mas muito precisos. Sinto que ao invés de desviar estou simplesmente dançando.
Dou uma risada e penso "que coisa mais gay hahaha" mas enquanto eu não estiver sendo acertada não dou importância ao que pode parecer que estou fazendo, já que o importante é sobreviver.

O primeiro dia de treinamento acaba e penso que meu saldo já foi muito bom, mas sei que só atacando e correndo eu não vivo. Não se não souber o que comer! Já tenho consciência de que a maioria das pessoas de Panem não vão coma minha cara. Mesmo se eu conseguir uma boa aliança, sei que pra chegar ao fim eles vão ter que morrer, mesmo que não seja por mim e eu ainda não me alimento de prana e ar! Hahaha
Dedico o dia inteiro de treinamento na seção de identificação de alimentos.
Encontro uma grande dificuldade no início. Mas acabo me lembrando das tardes em que eu passava na floresta esperando meus pais saírem do trabalho, quando criança. Muitas plantas eram familiares pra mim, mas eu não fazia idéia da utilidade delas. Várias bagas, frutas, caules que são usados como alimento. Até alguns insetinhos! "Tem mais comida no mundo do que a gente imagina" eu penso.
Experimento algumas coisas. Sabores.... Exóticos no mínimo.
Depois de passar os últimos dias me empanturrando de banquetes deliciosos que me ofereciam aqui, lembro que na arena vai ser tempo de vacas magras.
Termina o dia e parece que meu cansaço é bem maior tendo que aprender a identificar alimentos do que no outro dia em que fiquei correndo de um lado pro outro.
Espero que o D7 aguarde ansiosamente meu retorno hahahahaha




RESUMO:

~ Perícia com Lanças ( +1 Precisão )
~ +2 de Agilidade
~ + Habilidade de Identificação de Alimentos

***

***

   Chego no centro de treinamento, vários rostos estranhos e pessoas com um ar de superioridade tentavam intimidar os mais fracos.

 "Não passam de bebezões tentando esconder o medo" zombo olhando para aqueles rostos orgulhosos.

  Mal tinha começado o treinamento e o meu estômago revirava, corro os olhos pela sala. Até que é grande.
  Meu objetivo era ficar o mais longe possível daquele povo, para que eu ganhasse uma chance na Arena e não fazer amizades, o que iria piorar tudo, pois eu me apego fácil as pessoas.
  Logo no primeiro dia, opto por começar com a arma. Pego alguns machados pequenos. O instrutor começa a falar, dando dicas e logo depois ele pede para que eu arremesse os machados nos alvos que não estavam em movimento ainda.
  Tento na primeira vez mas erro, porém nas próximas vezes que tentava, foi ficando mais fácil. Até que eu acertei no meio da cabeça do alvo. E o instrutor disse para eu tentar com movimento. E foi o que eu fiz. Os alvos se moviam para perto de mim – o que me deixava nervosa – e ataquei o primeiro machado, e de novo errei, mas com o tempo melhorei.

                                                     ***

  No segundo dia, fui treinar o combate corpo-a-corpo. Como não sou forte ou pesada, resolvi pegar pesado nessa sessão. Logo depois de meia-hora de combate, eu já estava cansada, arfando. Mas era por uma boa causa, eu teria que entrar naquela arena sabendo lutar com arma ou sem.

                                                       ***

  No terceiro e último dia, não fiz algo pesado para não me deixar mais exausta que estava. Escolhi a escalada, exigia um pouco de velocidade e força, mas desde de pequena já subia em árvores para colher frutas então não foi muito difícil.
E eu estava pronta. Pronta para a Arena. Pronta para vencer.

Resumo:
+ Machado de Arremesso (+1 Precisão)
+ Hab. Combate Corpo-a-Corpo
+ Hab. Escalada

Estava nervosa desde que abri os olhos naquele dia. A única tranquilidade que tinha estava nas breves conversas com Max. Por mais triste que fosse, pelo o menos agora sabia bem quem era o meu meio-irmão e isso fazia que boa parte da história maluca em que me envolvo se tornasse mais leve.

Em meio de uma dessas conversas pegamos o elevador até o centro de treinamento. Nossas roupas, mais do que coladas, pareciam uma segunda pele e pinicavam tanto que nem percebi o momento em que chegamos. E logo observei o quão tarde havíamos chegado, afinal, a instrutora já tinha dito as instruções e todos os tributos estavam em seus treinamentos. Respirei fundo e caminhei ao lado de meu irmão até que ele, após um aceno, partisse para o stand de facas.

Sozinha comecei a analisar as possíveis possibilidades. Muitos tributos já haviam escolhido machados, arcos, facas e eu não me via com nenhum destes. Então resolvi ir ao Stand de Identificação de Alimentos porque em toda a minha vida, se tinha preparado algo para comer uma ou duas vezes era muito. Afinal, comida não era algo que se tivesse todos os dias e, principalmente com a carga excessiva de horário do meu trabalho como eletricista, eu quase nunca estava em casa. Ao chegar lá, fui recebida por uma senhora de idade, que me lembra muito Maggie. Muito dedicada, ela me ensina tudo o que era necessário primeiro e me auxiliou a fazer o mesmo depois. Assim passei meu dia, experimentando, identificando, observando que pequenos detalhes fazem uma grande diferença: a diferença que poderia me manter viva por um tempo.

*****

Com mais ânimo do que no dia anterior, fui direto a parte das armas. Procurava algo que pudesse ser discreto mas funcional, matar e me ajudar de certa forma. Passei por diversas, e por vários tributos também, que pelos sussurros, estavam com alianças formadas. De certa forma, achei aquilo natural, porém letal demais. A traição já estava estampada na cara de cada um e até o final, muitos grupinhos iam se rebelar uns aos outros. Fiquei contente por ninguém reparar em mim enquanto passava. Com a enorme cicatriz, que ia da minha bochecha até o pescoço, e os boatos, eu era perseguida com o olhar por onde quer que eu passasse durante as últimas semanas. Mas aqui não, as pessoas pareciam ocupadas demais para analisarem outros tributos. Assim, continuei minha busca pela arma perfeita.

Perdida em pensamentos de novo, olho para alguns chicotes. De algum modo, eles me davam certo conforto porque me lembravam dos enormes fios que carregava por todo o canto no distrito 5. Senti uma certa saudade do trabalho. Lá eu podia ajudar as pessoas, mesmo que fosse para deixar o projetor de TV e suas baboseiras da Capital ligados. Aqui eu nem sabia se poderia ajudar a mim mesma, imagina outras pessoas. Em um momento de sã consciência, me alertei de que deveria deixar isso de lado, pois isso é um jogo. Por mais coitadinhos que todos aqui sejam, eles vão querer me matar uma hora ou outra. E eu tinha que saber me defender.

Peguei um dos chicotes e fui até o treinador. Ele fez um sinal para mim e nós caminhamos até algo que lembrava um tatame. Após treinar muito e aprender diversas técnicas, o rapaz fez uma simulação de que ele era um tributo vindo na minha direção com um martelo, para ver como eu iria me sair naquela situação. Em meus pensamentos, eu iria fazer algo totalmente diferente do que realmente fiz. E com isso, a equipe médica precisou ser chamada pela quase morte por asfixia que eu havia causado. Mesmo na maca, o treinador fez um sinal positivo com as mãos em minha direção, o que me deixou confiante para treinar o dia todo opções diferentes de ataque e de utilidade da arma.

*****

No último dia, ao andar pelos Stands, me lembrei de uma vaga aula de ciências sobre os camaleões. Criaturas um tanto pequenas em relação a seus oponentes mas, que continuavam a viver pela sua capacidade de mudança de cores. Sem mais delongas, entrei na área de Camuflagem e como tudo passou tão rápido! As lições eram bem fáceis e em pouco tempo, melhorei a técnica a tal ponto que em poucos segundos meu corpo todo estava coberto pelos disfarces.

O dia acabou e mesmo com o nervosismo querendo voltar, me sentia um pouco mais relaxada (assim posso dizer) do que quando entrei aqui há 3 dias. E assim que fui para a cama, onde tive um sono bem tranquilo, como daqueles que raramente tive, sem ao menos pensar sobre tudo de ruim que está por vir.